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Promovi um ótimo advogado. Ganhei um péssimo gestor. E agora?

Esta é uma situação comum: o advogado é muito bom tecnicamente e logo ascende a coordenador ou sócio na banca. Poucos dias depois, as reclamações: ele tem dificuldade para gerir os trabalhos e, principalmente, para lidar com as pessoas. Vamos entender esse problema.

Nós somos seduzidos por profissionais tecnicamente bons, pela capacidade que possuem de peticionar, ou de definir a melhor estratégia processual. A questão é que são necessárias outras competências, as comportamentais, para criarmos um clima amistoso entre as pessoas da equipe. Elas dizem respeito a como nos relacionamos com as demais pessoas, envolvem empatia, um misto de ciência e arte que nos permitem conseguir que os trabalhos sejam feitos e os objetivos atingidos. Fácil de entender, difícil de aplicar.

Algumas pessoas têm uma aptidão maior para desenvolvê-las. Elas falam com clareza o que desejam, mantêm a calma diante de situações estressantes e são admiradas pelas suas equipes, mesmo quando dão feedback negativos. Outras, têm dificuldades até em questões mais simples. Um advogado certa vez mencionou: “Sebastião, estão dizendo que eu sequer dou bom dia para as pessoas! Qual a importância disso? Vim aqui para fazer o meu trabalho!”

A boa notícia é que isso pode ser mudado. Quando implantamos nossa metodologia de gestão de carreira, deixamos claro as capacidades que os profissionais devem ter para ascenderem na firma, o que faz com que recebam feedback desde o início de sua trajetória. Evitamos, assim,
que eles tenham que se preparar a toque de caixa, quando promovidos. E mais, com a avaliação sistemática, os sócios reconhecem quais bons advogados, mas que precisam ser preparados para se tornarem ótimos gestores.

Fico muito feliz quando somos fomos contratados pelo escritório para apoiar esse processo. Em geral, já na segunda ou terceira sessão de coaching os profissionais têm clareza do que precisam aprimorar. Posteriormente, com treinamentos adequados, eles passam a desenvolver competências essenciais de comunicação e liderança que melhoram em muito o relacionamento com a equipe.

Os ganhos são visíveis. O advogado expande suas competências e torna-se um profissional mais completo. Os membros de suas equipes passam a trabalhar em um ambiente mais sadio. O escritório vê seus resultados crescerem, com a redução do turn over e o aumento da produtividade. Uma espiral positiva se forma.

No Capítulo 8 do meu livro Gestão Jurídica, falo mais sobre isso. Vale à pena conferir (https://lnkd.in/d7h7yFpY).